Páginas

segunda-feira, 11 de abril de 2011


Linha tênue

Mora em mim a devassa
que devora por prazer
que seduz com os olhos, boca, balanço

Mora em mim a casta
que teme e adora o pecado
que deseja em silencio seu próprio martírio

A devassa, a libertina
que anda nua pela casa com as janelas abertas

A beata, a casta
que chora quieta, que honra seu véu

Linha em que eu vario
Fraca e volúvel como minha própria essência

A única coisa concreta entre ambas são as palavras do poeta
”cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.”